Honest Book Review | A Verdade sobre o caso de Harry Quebert
- Cláudia Oliveira

- 25 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de set.
Em 1975, Nola Kellergan, de quinze anos, desaparece misteriosamente numa pequena vila da Nova Inglaterra. Décadas depois, em 2008, o corpo é encontrado no jardim do escritor Harry Quebert, que é preso e acusado do crime. Marcus Goldman, jovem autor em crise criativa e discípulo de Harry, acredita na sua inocência e decide investigar por conta própria.

Voltar a escrever aqui, foi das escolhas mais fáceis de fazer e, em toda a honestidade, uma escolha que, entendi, tinha a necessidade de fazer.
Já tinha dito - escrito -, mas escrever é mesmo a forma mais fácil de eu comunicar, de me expressar, de desenhar o meu mundo.
E é a escrever onde os meus pensamentos são mais claros e bonitos.
Sou um peixinho e este é o meu oceano.
E, não saberia melhor forma de começar, sem ser com livros.
Esses, que me acompanham a vida toda, que comigo partilham o amor pela escrita. Esses, que de uma maneira ou de outra, encontram sempre forma de me envolver nas suas páginas infinitas.
É com livros que começo, porque talvez já saiba que é com livros que eu pretendo terminar.
Seja como for, hoje vou deixar-vos a minha review honesta do livro de Joël Dicker "A verdade sobre o caso de Harry Quebert".
Se ainda não leram - atenção que pode e deve conter spoilers abaixo -.
Se já leram, bare with me:
A verdade sobre o caso de Harry Quebert
Antes d’O caso de Harry Quebert, já tinha lido O mistério do quarto 622 e, para meu primeiro livro de Joël Dicker, senti que foi um dos melhores livros que li nos últimos anos, do género mas não só.
Todo o livro foi bem construído, a história e as personagens muito coesas, embora às vezes muito caricaturais... e o desenrolar perfeito, onde não conseguia adivinhar o que se ia passar até mesmo pouco antes do acontecimento... foi uma delícia...
Por isso, ao pegar n’A verdade sobre o caso de Harry Quebert, comecei a lê-lo na mesma rapidez e com a mesma vontade de encontrar uma história exímia como a primeira que li... o que não foi bem o que aconteceu.
N’A verdade sobre o caso de Harry Quebert, à semelhança de n’O mistério do quarto 622, a história leva-nos às aventuras de um escritor que, de um momento para o outro, se vê envolvido no escândalo sexual e amoroso do seu mentor e amigo, Harry Quebert, cuja relação com uma rapariga de 15 anos — décadas atrás — ainda o assombra.
Mas esta premissa, que logo à partida até parece ter os ingredientes necessários para um mistério decente, é muito fraca e, a meu ver, até um pouco preguiçosa.
Don't get me wrong, é um bom livro, tem uma história minimamente coesa... mas é fraca.
A meu ver, o livro falha em pontos importantes onde a história podia enriquecer — ou pelo menos não empobrecer —, e foca-se muito na ideia de limpar a imagem de um homem adulto que tem um relacionamento com uma menor. Parece-me um pouco forçado e, além disso, o tom muitas vezes fez-me perder totalmente a empatia por Harry Quebert, embora seja notória a bajulação do narrador ao seu “mestre”.
Chega até a ser desprezível a forma como se justifica e romantiza a relação de um adulto com uma menor. E a romantização da pedofilia é um tema que me custa a ler com calma e bons olhos.
O final é menos memorável e menos surpreendente do que o anterior, pelo que sinto que fiquei sempre na procura e na expetativa de um clímax que nunca chegou.
O final, embora não péssimo, falhou no factor surpresa, uma vez que aquilo que já se ia tornando
óbvio, não diferiu muito da ideia inicial.
À personagem da Nora Kellerman não foi dada a profundidade necessária para a compreender e, se eu tiver de ser muito honesta e rasa na minha review, ultimamente parece-me só uma fantasia a roçar o doente, de um homem adulto que teve um 'relacionamento' com uma míuda menor, mentalmente instável e frágil. Todos os meios escritos para 'passar pano' em Harry Quebert, serviram depois para apontar o dedo a outros personagens.
Mas no balanço final, geral, é um bom livro de Joel Dicker, mas não me parece ser um FANTÁSTICO livro. Esperava demasiado, ao contrário do anterior.






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